e saímos assim de Nova América... Nova América do quê?
Dia 19 de setembro viajamos para uma cidadezinha do interior do nosso estado, uma daquelas cidades lembradas pelos políticos somente em véspera de eleição; uma daquelas muitas cidades do nosso país afora esquecidas das autoridades, uma cidade simples, uma cidade tipicamente brasileira.
Foi lá que corremos nossa I Prova Cross Country, uma prova diga-se de passagem muito bem organizada e com acessórios inovadores como o número de peito adesivado que nós ainda não conhecíamos. Não havia chip e a outra novidade (não muito moderna) era a de correr com duas senhas na mão ou penduradas na camiseta por alfinetes que entregávamos no 5km e no 10km.
A largada foi dada com meia hora de atraso, mas nada que tirasse nosso ânimo. Estávamos prontos para encaram o desafio da I Prova Cross Country de Nova América.
Dada a largada corremos duas ou três quadras de asfalto e entramos na estrada de terra, passamos por um túnel de cana-de-açúcar e caímos em um carriador em declive, foram 500m de descida, mais 1km de descida, eu tentava apreciar a paisagem rural ao nosso redor mas a velocidade da descida era perigosa, e então mais 2km de descida, ainda mais 3 km de descida e comecei a me apavorar, vamos ter que subir isso! Antes de entregarmos nossa senha no 5ºkm encaramos uma pequena subida, e depois da senha, nossa última descida, muito, muito acentuada. Olhei para cima e nessa altura, ou melhor, nessa baixura, me via sozinha e só me restava escalar os 5km de subida se quisesse voltar para casa novamente. E foi neste momento que pude começar a apreciar a paisagem, vagarosamente, sem pressa, cabisbaixa, em meio à natureza, e quando vejo a fotografia tirada pela corredora Adriana Souza...
... é que tenho certeza, que somos parte de algo muito maior, de uma paisagem perfeita, e é impossível não lembrar dos Tarahumaras, o povo que corre e tem a corrida no sangue e nos pés. E foram nesses 5km de subida, que pude lembrar que também já tive a corrida nas veias como este moleque que me acompanhou os 10km da corrida, sem camisa, sem número, sem inscrição. Quando criança, corríamos a toa, corríamos pela casa para buscar algo, corríamos para a escola, corríamos com os amigos na rua e corríamos sozinhos pelo bel prazer de correr. Depois de um tempo, nos separamos da corrida, nos ocupamos com coisas "mais importantes", as coisas que nos estressam e nos preocupam, as coisas que tomam e roubam nosso tempo e nos colocam longe de quem amamos e do que nos dá prazer. Mas foi lá, em Nova América da Colina, este é o nome que não vou esquecer, a cidade em que coloquei meus pés literalmente no chão e percebi que a corrida faz parte da gente, e não precisa ser rápido para correr, é só ter coragem e retomar o que um dia nos feliz.
Aqui no Paraná temos o orgulho de correr na Terra Vermelha, na terra que faz brotar nosso trigo e nossa soja, que sustenta nossos lavradores e nos caracteriza como os "pés vermelhos", e sabem o porquê desta cor? É como nos revela o escritor paranaense Domingos Pelegrini: "Põe na mão, olha bem e sabe por que então esta terra é assim vermelha? É vermelha de paixão!"
Segue abaixo o resultado dos apaixonados pela terrinha e pela corrida:
Eliana Real - 1º lugar na categoria. (Tênis amarelo)
Marcele Aires - 2º lugar na categoria. (Tênis mordido pelo cachorro)
Fernanda Borges - 3º lugar na categoria. (Tênis muito encardido)
Marluce Fagotti de Paiva - 4º lugar na categoria. (Tênis roxo, na falta do vermelho de paixão)
Paulo José da Silva - 1º lugar na categoria (tênis verde fashion)
André Antônio - 5º lugar na categoria (tênis empoeirado)
Ivar Benazi - Representando todos os outros meninos que não foram fotografados.

Eu aprovo e quero estar sempre com o meu SUUM no bolso, é hidratação garantida principalmente naquelas provas que nos dão somente um hidrotônico e precisamos de mais.